Galera

Galera
A maior parte dos seres humanos, por preguiça e comodidade, segue o exemplo da maioria. Pertencer à minoria é tornar-se vulnerável, expor-se à critica. Tomar consciência da normose e de suas causa constitui a verdadeira terapia contemporânea. Trata-se, também, do encontro com a liberdade. Seguir cegamente as normas é tornar-se escravo. Roberto Crema

Esse é nosso lema!!

Esse é nosso lema!!
ESSE É NOSSO LEMA!!!! "A amizade é uma alma que habita vários corpos. Um coração que habita várias almas" Aristóteles

BOAS VINDAS!

Querer mudar o mundo é um desejo saudável e totalmente necessário. " Para ser feliz, o ser humano precisa somente de duas coisas: cultivar sementes de paz em seu coração e ter bons amigos. " - Buddha

Espaço da Galera!!!!!!!!!!!!!!!!!!

As coisas mais simples são os melhores presentes.

Leveza pra conduzir a vida; Beleza, que vai muito além da estética;

Determinação, porque sem ela nada acontece, nada;

Harmonia, paz e alegria sempre.

Silvana Mara dias Souza

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Comer para reunir.

O hábito de comer em conjunto têm vários significados como aproximar laços, conversar e olhar nos olhos




Texto: Uma das maiores funções da refeição é consolidar o grupo, reforçar os laços sociais
Foto: Cris Berger
Comer junto é um ato que ocorre desde que o homem é homem. A comida é um anúncio de que o convidado é, antes de mais nada, bem-vindo. Alguns estudiosos vão mais longe e defendem que toda a existência humana pode se resumir em dois grandes prazeres: a comida e o sexo. "Comemos para sobreviver e fazemos sexo para que sobreviva a espécie", diz o sociólogo Henrique Carneiro, da Universidade Federal de Ouro Preto, em Minas Gerais, e autor de Comida e Sociedade, Uma História da Alimentação.
Acontece que a comida e o ato de se alimentar, para os homens, não ficaram restritos à sobrevivência. "O alimento é a liga entre várias necessidades: a fome do corpo, a vontade de ter boa companhia, o ato de compartilhar um prazer, além dos significados festivos e religiosos”, diz Rui Murrieta, biólogo do Laboratório de Estudos Evolutivos Humanos da Universidade de São Paulo.
Comer para compartilhar
Uma das maiores funções da refeição coletiva é consolidar o grupo, reforçar os laços sociais. Convidamos alguém para se sentar em nossa mesa porque a queremos por perto. E isso ocorre o tempo todo: aniversário do sobrinho, Natal, casamento do primo, campeonato de futebol e despedidas. Mas pode ser também um café da manhã corrido com o companheiro, mas que não deixa de ser a dois e de significar o compartilhamento de mais um dia.
Em algumas celebrações, o ingrediente principal é a fartura. Comer e beber em quantidade é sinal de vitória e alimenta a esperança de dias melhores. "Desde os romanos, no mundo ocidental, a celebração é farta e envolve muitas pessoas. Distribui-se a comida para que todos sobrevivam juntos e, por isso mesmo, comer pouco é uma ofensa", diz Rui Murrieta.
Há encontros em que a comida representa, ainda, um ingresso para novos círculos sociais, um elo para que alguém se aproxime. Assim nascem amizades, em atos que misturam oferenda e solidariedade. Mas ninguém se senta à mesa, come e vai embora, sem dar um pio. Conversar faz parte da experiência de repartir a comida, afinal nos alimentamos não só do que comemos, mas também ao saborear os afetos e as relações que sabemos existir entre os convivas.
Para além da comida, há ainda um outro marco maior: o olhar nos olhos, o riso e tudo o que envolve o alimento. Tem também a oferta de quem elabora o jantar, "porque é uma maneira de não ser esquecida", diz a jornalista Patrícia Cornils. Tudo isso é o que une as pessoas, desde tempos de Baco e Dionísio, à volta da mesa.

Para saber mais

Livros 
Comida e Sociedade - Uma História da Alimentação, Henrique Carneiro, Campus
História da Alimentação, direção de Jean-Louis Flandrin e Massimo Montanari, Estação Liberdade
História da Alimentação no Brasil, Luís da Câmara Cascudo, Global
Arqueologias Culinárias da Índia,
Fernanda de Camargo-Moro, Record

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Dos desejos novos.


Desejo percepção aflorada para tatear o caminho. Desejo tantos abraços que viram ninho e fazem o sentimento voar. Desejo desejos frescos, revigorados, restaurados dentro de uma esperança que faz cosquinha e arranca riso, que faz o riso virar lar. Desejo abrir os frascos das vontades guardadas, das querências amassadas, das promessas vencidas e libertar tudo o que ainda aprisiona o que sinto. Desejo um olhar novo todo dia, que não se canse mesmo quando os amanheceres não acordem uma manhã de sol. Desejo confiança nas voltas do mundo, desejo menos pessoas rasas e mais sentimentos profundos. Desejo saber-me também através dos outros, desejo completar-me através de mim, desejo tornar o sim uma visita frequente nas minhas decisões, as vestindo de consequências positivas. Desejo permanecer intuitiva, continuar viva dentro de alguma poesia, de todas as músicas, de algumas ondas, de tantos amores, tornando minha realidade lúdica a cada respiração do tempo. Desejo colo do destino, cafuné que faz sonhar antes de dormir. Desejo encontros, encantos, embalos e qualquer movimento que facilite meu acesso à paz. Desejo mais mãos dadas e menos julgamento, mais riso frouxo e menos cobrança, mais passeios dentro da nossa criança para perceber-nos frágeis. Desejo colecionar horizontes pata entender o pôr do sol e assim, saber o valor de cada nova manhã. Desejo que minhas escolhas dancem no ritmo da sorte e que meu norte não se distancie do caminho, acreditando nos atalhos do coração que me guiam rumo à direção que acolhi por dentro. Desejo aceitar a falta de resposta para os assuntos que ainda não sei formular as perguntas. Desejo vagar dentro dos meus desejos, devagar, para percebê-los tão meus que já se solidificam dentro dos sonhos. Desejo que as decepções não cortem tanto e que se assim for, que todo o pranto se converta em lição bem bonita, que daria até pra fazer uma melodia. Porque nada melhor que fazer ironia com a tristeza para diminuir o aperto das dúvidas da vida. Desejo que, sempre que o silêncio for maior e o choro engasgar a garganta da alma, eu possa ter a serenidade de saber-me eu, resgatando de dentro a força que me habita e descansa, por vezes, em algum canto dormente do meu corpo. Desejo sabedoria para analisar corretamente os desvios, desejo um oceano inteiro e seus desafios e não somente costear as possibilidades mais valiosas que eu me deparar pela frente. Desejo céu com cortina de estrelas pra iluminar mais os medos que acordam de noite. Desejo estar mais relaxada dentro de mim, sabendo-me normal dentro das minhas fraquezas. Desejo seguir vivendo assim, de maneira intensa que mais parece levar um mês dentro de um dia, que gosta de pescar nostalgia boa pra tornar lembrança presente de novo. Desejo jogar a rede no mar para arrastar pra perto um tanto de afeto que estava afogado. Que estejamos abertos, que saibamos o alfabeto inteiro antes de pronunciar as palavras. Que estejamos atentos para saber perceber que dentro de um olhar inteiro, pode se pronunciar também tudo que não é dito. E desejo nunca perder esse meu jeito exagerado e até meio desajeitado de querer abraçar o mundo, de cuidar de todos, mesmo quando muitas vezes esqueça de mim. Desejo sinceramente um "novo ano novo", onde possamos gentilmente abrir mão do "não" e saber-nos gratidão dentro da simplicidade de um sim.

Lilian Vereza

domingo, 12 de janeiro de 2014

O lado bom da preguiça!

Na medida certa, a preguiça renova as energias e dá um baita descanso para a cabeça. Entenda por que não é pecado deixar para amanhã o que você pode fazer hoje

Mariana Sgarioni
A má fama da preguiça esconde os benefícios da "arte da não fazer nada"
Foto: Vida Simples
Vamos esclarecer uma coisa: preguiça é a arte de não fazer rigorosamente nada. Isso quer dizer nada de oficialmente produtivo, bem entendido. A hora da preguiça pode ser um momento de contemplação. Pode ser coçar as costas por horas a fio. Pode ser tirar uma soneca. Afinal, cada um faz nada do jeito que achar melhor. O que importa é apreciar esse momento de devaneio, de recolhimento e quietude como algo que pode - e deve - ser incorporado a sua vida.

A má fama da preguiça é algo que vem passando de geração para geração e foi construída ao longo dos tempos, atingindo em cheio o Ocidente mais especificamente a partir da Era Cristã - sim, porque, na Grécia antiga, aqueles que ficavam largadões, dando asas ao livre pensamento, eram considerados seres especiais, que ficavam mais próximos dos deuses.

A obrigação de se divertir

"Numa sociedade como a nossa, que vive debaixo da égide do capital, as pessoas são meros instrumentos de acumulação. É como se não houvesse lugar para quem resolver ficar fora do mercado de trabalho, ainda que seja por breves momentos", explica Olgária Mattos, professora de filosofia da USP. "Mesmo no lazer, estamos contaminados por essa cultura do trabalho. Ficar em casa, ler, dormir ou se recolher para o descanso geralmente são consideradas opções para as pessoas solitárias, pouco criativas e desinteressantes. Lamentavelmente, há uma cobrança geral por ter o que fazer", completa.
Prova disso são as pessoas que tiram férias e se queixam que voltaram ainda mais cansadas do que quando saíram. Entupir-se de programas, passeios, visitas a museus, parques de diversões e uma infinidade de atrações é como se fosse uma obrigação - é a reprodução da lógica do mercado de trabalho nas horas vagas. Todas essas opções de entretenimento podem ser muito atraentes, mas elas não precisam preencher o tempo todo. "Saborear o momento presente via reflexão, contemplação e devaneio é uma das mais genuínas formas de encontrar quietude interna, um grande prazer da vida. E vamos admitir que é bem mais difícil encontrar essa mesma quietude num shopping center ou um parque temático, por exemplo", diz Martin Seligman, psicólogo americano da Universidade da Pensilvânia que estuda e pesquisa nada menos do que a tão sonhada busca pela felicidade.

Morosidade que faz bem

Quem cultiva a arte de não fazer nada tem bons motivos para comemorar. Os pesquisadores alemães Peter Axt e Michaela Axt- Gadermann passaram anos estudando o assunto e chegaram às seguintes conclusões, publicadas no livro The Joy of Laziness ("A alegria da preguiça", ainda sem edição brasileira): levantar cedo causa estresse e prejudica a saúde; uma soneca no meio do dia ajuda a prolongar a vida; e, se o objetivo for viver mais, então você deve evitar o excesso de exercícios físicos.

Outros cientistas, estes da Universidade de Pittsburg, nos Estados Unidos, acompanharam mais de 12 mil pessoas durante nove anos e chegaram à conclusão de que aquelas que se entregavam ao repouso nas férias tinham menos chance de sofrer de problemas cardíacos.
Além de ajudar a viver mais, a moleza pode inspirar a genialidade. Pelo menos é o que garante o procrastinador convicto Tom Hodgkinson, jornalista britânico, autor do livro que carrega o sugestivo título Como Não Fazer Nada. "René Descartes não saía cedo da cama nem por um decreto. Deixaram ele ficar ali, pensando. Se ele tivesse levantado muito cedo, acabaria ocupado demais com tarefas rotineiras, e não teria tempo de perceber e propagar ao mundo a teoria de que existimos porque pensamos", teoriza. Isso para não falar do patrono desta reportagem, Dorival Caymmi, que, dizem, sequer saiu da rede para compor algumas das mais lindas canções de que se tem notícia.
Não tenha medo de procrastinar... Sair da cama mais tarde pode fazer muito bem!
Foto: GettyImages

Mais qualidade e menos quantidade

Aderir à indolência é uma arte. E, como tal, deve ser feita sem preocupações. Caso contrário, ela não trará nenhum efeito benéfico nem para a mente nem para o corpo. Mas o que fazer então? Entregar-se de corpo e alma à frouxidão total dos músculos? Não é bem assim. Até porque é bom lembrar que moleza em excesso pode ser sinal de depressão, uma doença séria que requer cuidados médicos.
Mas um bom passo para começar a admitir uma dose de preguiça gostosa na vida seria tentar diminuir o número de tarefas a cumprir diariamente - mais qualidade com menos quantidade. Você já deve ter ouvido isso em algum lugar, inclusive. Demócrito, pensador grego do século 5 antes de Cristo, já dizia que ninguém pode ser feliz tendo muitas coisas a fazer. "Ocupe-se pouco para ser feliz", escreveu.

Entregue-se sem culpa

Imaginar nossa vida com espaço para a preguiça pode ser meio complicado. Toda vez que estamos de bobeira, olhando para o alto, a primeira sensação que bate é "será mesmo que não tenho nada para fazer?" E vem a danada da culpa.
Mas, antes de assumir a culpa de que há milhões de afazeres no mundo à sua espera e levantar-se correndo da rede, vale uma breve reflexão. São só alguns minutinhos, não se preocupe. Mas eles podem valer muito, acredite!

Preguiça demais às vezes é depressão. Conheça os principais sintomas:

ISOLAMENTO - fique atento aos exageros da introspecção.
MELANCOLIA - uma pontinha indefinida de tristeza durante 15 dias ou mais.
DESINTERESSE - a falta de entusiasmo para coisas boas da vida, como se divertir e namorar, deve acender uma luzinha.
ESTRANHAMENTO - sensações que dificultam a execução de atividades normais.
FADIGA - pouca energia para enfrentar o dia-a-dia e indisposição até para imaginar algum tipo de ação.
POUCA CONCENTRAÇÃO - dificuldade de raciocínio, de estabelecer uma meta, de manter o foco.
ANSIEDADE - irritabilidade excessiva, falta de confiança no amanhã e insegurança na hora decidir.
SONO OU INSÔNIA - os extremos: querer se entregar ao sono o tempo todo ou varar a noite ligadão.
MORBIDEZ - pensamentos freqüentes na morte e idéias recorrentes de suicídio.
APETITE MALUCO - fome de leão ou então a inapetência total ¿ até para aquela comidinha predileta.

Fonte: Ricardo Moreno, coordenador do grupo de doenças afetivas do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo