Galera

Galera
A maior parte dos seres humanos, por preguiça e comodidade, segue o exemplo da maioria. Pertencer à minoria é tornar-se vulnerável, expor-se à critica. Tomar consciência da normose e de suas causa constitui a verdadeira terapia contemporânea. Trata-se, também, do encontro com a liberdade. Seguir cegamente as normas é tornar-se escravo. Roberto Crema

Esse é nosso lema!!

Esse é nosso lema!!
ESSE É NOSSO LEMA!!!! "A amizade é uma alma que habita vários corpos. Um coração que habita várias almas" Aristóteles

BOAS VINDAS!

Querer mudar o mundo é um desejo saudável e totalmente necessário. " Para ser feliz, o ser humano precisa somente de duas coisas: cultivar sementes de paz em seu coração e ter bons amigos. " - Buddha

Espaço da Galera!!!!!!!!!!!!!!!!!!

As coisas mais simples são os melhores presentes.

Leveza pra conduzir a vida; Beleza, que vai muito além da estética;

Determinação, porque sem ela nada acontece, nada;

Harmonia, paz e alegria sempre.

Silvana Mara dias Souza

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Aos meus amigos!


"Que os meus instantes de egoísmo se desmanchem cada vez mais rápido. Que as minhas expectativas não sejam maiores do que a intenção de que o outro esteja tranquilo. Que a paz que ele possa experimentar seja sempre um perfume que acenda a minha alegria. Que o seu conforto seja também um motivo que continue inspirando os meus gestos mais doces e amigos. Que nenhum gesto meu aperte o seu coração, intimide o seu riso, acorde o seu medo, machuque a sua espontaneidade. Que as minhas vontades pequenas sejam dissipadas pela lembrança do quanto a sua felicidade me importa. Que ele saiba que, invariavelmente, pode contar comigo, nos tempos de celebração e na travessia das longas noites escuras. É dele também a minha mão. É dele também o meu abraço. É dele também a minha escuta. É dele também o meu olhar amoroso. É dele também os meus melhores sorrisos. Que ele entenda que eu não me desapontarei com a sua humanidade, com as suas dificuldades, com os seus territórios feridos, como, com o mesmo acolhimento, não me desaponto com os meus. Que tenha certeza de que eu quero muito que seja livre, saudável, contente; que seja. Que tudo aquilo que o preocupa, o desassossega, o faz sofrer, seja logo transformado, assim como tudo o que o torna feliz seja mais e mais abençoado. Que alcance toda expansão que busca, todo voo que vislumbra, e possa sempre se lembrar de que é capaz de vencer os mais assustadores e impermanentes limites. Que, não importa o tamanho da distância, nunca esqueça que o fato de existir mudou pra sempre a minha vida e que o mundo me pareceu muito mais bacana depois que descobri que existia. Que se saiba amado muito além do de vez em quando, do por causa de, do se. Que se sinta amado como é, não interessa com que cara a circunstância esteja. Que se sinta amado simplesmente porque é. Que tenha paz. Que tenha paz. Que tenha paz. Ah, é claro, que tenha paz e acesso à alegria mais sincera também". Ana Jácomo

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

PRESENTE


Procuro viver sempre a eternidade infinita do agora! Sem pensar muito no amanhã que ainda não existe, e até então é uma 'ilusão' porque não aconteceu, esquecer o passado que sendo bom ou ruim, já passou. Tudo o que temos é o agora, agora esse que por algum motivo se chama presente, presente que temos que viver, desfrutar esquecendo do resto. Utopia? Talvez, mas como disse Lispector eu não quero a limitação de quem vive apenas o possível, quero mesmo é uma verdade inventada! por Rodrigo Brower

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Brinde Quinta Secreta 22.12.2001


Pra encerrar o ano com chave de ouro, nos reunimos ontem pra comemorar a "Quinta Feliz" como sempre e comemorar os aniversários da Perla e do Fafá. Festa boa, comida maravilhosa, muitas gargalhadas, papo descontraido e diversão a valer.
Foi a última Quinta do ano. Não fiquem tristes com certeza, ano que vem tem mais!
Fernando Pessoa escreveu: "O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis." E vocês são assim!

Boas festas a todos!
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quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

FELIZ OLHAR NOVO



                                        O grande barato da vida é olhar para trás e sentir orgulho da sua história.
O grande lance é viver cada momento como se a receita da felicidade fosse o aqui e o  agora.
Claro que a vida prega peças. É lógico que, por vezes, o pneu fura, chove demais...
Mas, pensa só: tem graça viver sem rir de gargalhar pelo menos uma vez ao dia?
Tem sentido ficar chateado durante o dia todo por causa de uma discussão na ida pro trabalho? Quero viver bem.
O ano que passou foi um ano cheio.
Foi cheio de coisas boas e realizações, mas também cheio de problemas e desilusões. Normal.
Às vezes se espera demais das pessoas. Normal.
A grana que não veio, o amigo que decepcionou, o amor machucou. Normal.
O próximo ano não vai ser diferente.
Muda o século, o milênio muda, mas o homem é cheio de imperfeições, a natureza tem sua personalidade que nem sempre é a que a gente deseja, mas e aí? Fazer o quê? Acabar com seu dia? Com seu bom humor? Com sua esperança?
O que eu desejo para todos nós é sabedoria!
E que todos saibamos transformar tudo em uma boa experiência!
Que todos consigamos perdoar o desconhecido, o mal educado. Ele passou na sua vida. Não pode ser responsável por um dia ruim...
Entender o amigo que não merece nossa melhor parte. Se ele decepcionou, passe-o para a categoria três, a dos colegas. Ou mude de classe, transforme-o em conhecido.  Além do mais, a gente, provavelmente, também já decepcionou alguém.
O nosso desejo não se realizou? Beleza, não tava na hora, não deveria ser a melhor coisa pra esse momento: CUIDADO COM SEUS DESEJOS, ELES PODEM SE TORNAR REALIDADE.
Chorar de dor, de solidão, de tristeza faz parte do ser humano. Não adianta lutar contra isso. Mas se a gente se entende e permite olhar o outro e o mundo com generosidade, as coisas ficam diferentes.
Desejo para todo mundo esse olhar especial.
O próximo ano pode ser um ano especial, muito legal, se entendermos nossas fragilidades e egoísmos e dermos a volta nisso. Somos fracos, mas podemos melhorar.Somos egoístas, mas podemos entender o outro.
O próximo ano pode ser o máximo, maravilhoso, lindo, espetacular... ou...
Pode ser puro orgulho!
Depende de mim, de você!
Pode ser.
E que seja!!!
Feliz olhar novo!!!
Que a virada do ano não seja somente uma data, mas um momento para repensarmos tudo o que fizemos e que desejamos, afinal sonhos e desejos podem se tornar realidade somente se fizermos jus e acreditarmos neles!

compartilhamos este texto do Drumond, com nossos amigos, desejando 2012 muito especial. É muito bom  podermos estar todos juntos.

Mery e Roberto

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Frase Dalai Lama



Em um mundo cada vez mais interdependente nosso próprio bem-estar e felicidade dependem de muitas outras pessoas. Outros seres humanos têm direito à paz e felicidade que é igual à nossa, por isso temos a responsabilidade de ajudar os necessitados. Muitos dos problemas do nosso mundo e os conflitos surgem porque perdemos de vista a humanidade básica que nos liga todos juntos como uma família humana. Dalai lama

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Hoje é Quinta Feliz!


Os Sentimentos Humanos certo dia se reuniram para brincar. Depois que o Tédio bocejou três vezes porque a Indecisão não chegava a conclusão nenhuma e a Desconfiança estava tomando conta, a Loucura propôs que brincassem de esconde-esconde. A Curiosidade quis saber todos os detalhes do jogo, e a Intriga começou a cochichar com os outros que certamente alguém ali iria trapacear.
O Entusiasmo saltou de contentamento e convenceu a Dúvida e Apatia, ainda sentadas num canto, a entrarem no jogo. A Verdade achou que isso de esconder não estava com nada, a Arrogância fez cara de desdém pois a idéia não tinha sido dela, e o Medo preferiu não se arriscar: “Ah, gente, vamos deixar tudo como esta”, e como sempre perder a oportunidade de ser feliz.
A primeira a se esconder foi a Preguiça, deixando-se cair no chão atrás de uma pedra, ali mesmo onde estava. O Otimismo escondeu-se no arco-íris, e a Inveja se ocultou junto a Hipocrisia, que sorrindo fingidamente atrás de uma arvore estava odiando tudo aquilo.
A Generosidade quase não conseguia se esconder porque era grande, e ainda queria abrigar meio mundo, a Culpa ficou paralisada pois já estava mais do que escondida em si mesma, a Sensualidade se estendeu ao sol num lugar bonito e secreto para saborear o que a vida lhe oferecia, porque não era nem boba nem frígida; o Egoísmo achou um lugar perfeito onde não cabia ninguém mais.
A Mentira disse para Inocência que ia se esconder no fundo do oceano, onde a inocente acabou afogada, a Paixão meteu-se na cratera de um vulcão ativo, e o Esquecimento já nem sabia o que estava fazendo ali.
Depois de contar 99 a Loucura começou a procurar.
Achou um, achou outro, mas ao remexer num arbusto espesso ouviu um gemido: era o Amor, com os olhos furados pelos espinhos.
A loucura o tomou pelo braço e seguiu com ele, espalhando beleza pelo mundo. Desde então o Amor é cego e a Loucura o acompanha.
Juntos fazem a vida valer a pena.
Lya Luft

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Pobreza


Pobreza

Pobres, realmente pobres, são aqueles que não têm tempo para perder tempo.
Pobres, realmente pobres, são aqueles que não são silenciosos, nem podem comprá-lo. Pobres, realmente pobres, são aqueles que se esqueceram de pernas para andar, como as asas das galinhas se esqueceram de voar.
Pobres, realmente pobres, são aqueles que comem lixo e pagam por ele como se fosse alimento.
Pobres, realmente pobres, são aqueles que têm o direito de respirar merda, como o ar, sem pagar nada por isso.
Pobres, realmente pobres, são aqueles cuja liberdade não vai além do que a liberdade de escolher entre um e outro canal de TV.
Pobres, muito pobres, vivem dramas passionais com as máquinas.
Pobres, realmente pobres, são aqueles que tem sempre muito e estão sempre sozinhos.
Pobres, muito pobres, não sabem que são pobres.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

O Século do Vento

Este documentário tem 1h e 30min de duração, mas vale a pena assistir. O olhar atento e as vezes ácido de Galeano sobre século XX e a América Latina:

http://eduardogaleano.org/2011/06/20/el-siglo-del-viento/

Narrado pelo próprio Eduardo Galeano e dirigido por seu amigo Fernando Birri, o documentário inclui numerosos, coloridos e, muitas vezes, cenas dolorosas que ocorreram na América durante o século XX, fez todo o volume final de Memória do Fogo, chamado do século vento.

Escrevê-lo foi uma alegria para a mão, e agora me sinto mais do que nunca orgulho de ter nascido na América, nesta merda, nesta maravilha do vento século. Eduardo Galeano
“Este livro inicia uma trilogia. Divide-se em duas partes: numa, a América pré-colombiana aparece-nos através dos mitos indígenas da fundação; na outra, ocorre a história da América desde finais do século XV até ao ano de 1700. O volume seguinte de Memória do fogo abrangerá os séculos XVIII e XIX. O terceiro volume chegará aos nossos dias.


O que você quer ser quando crescer?

http://a5.sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-ash4/383804_196743507070931_115900201821929_428093_49538469_n.jpg

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Aprendi que..........


Aprendi que.... ninguém é perfeito enquanto não se apaixona.

Aprendi que.... a vida é dura mas eu sou mais que ela!!

Aprendi que...as oportunidades nunca se perdem; aquelas que desperdiças... alguém as aproveita!!!

Aprendi que... quando te importas com rancores e amarguras a felicidade vai para outra parte.

Aprendi que... devemos sempre dar palavras boas... porque amanhã nunca se sabe as que temos que ouvir.

Aprendi que...um sorriso é uma maneira econômica de melhorar teu aspecto.

Aprendi que... não posso escolher como me sinto... mas posso sempre fazer alguma coisa.

Aprendi que...quando o teu filho, recém-nascido, segura o teu dedo na sua mão tenta prendê-lo para toda a vida!!!!!

Aprendi que...todos, todos querem viver no topo da montanha... mas toda a felicidade está durante a subida.

Aprendi que... temos que aproveitar da viagem e não apenas pensar na chegada.

Aprendi que...o melhor é dar conselhos só em duas circunstâncias... quando são pedidos e quando deles depende a vida.

Aprendi que...quanto menos tempo se desperdiça... mais coisas posso fazer.


Bom final de semana a todos!!!!!!!!!!!!!!

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

A amizade é ................

"A amizade é um meio-amor, sem algumas das vantagens dele mas sem o ônus do ciúme – o que é, cá entre nós, uma bela vantagem. Ser amigo é rir junto, é dar o ombro para chorar, é poder criticar (com carinho, por favor), é poder apresentar namorado ou namorada, é poder aparecer de chinelo de dedo ou roupão, é poder até brigar e voltar um minuto depois, sem ter de dar explicação nenhuma."
(Lya Luft)

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Pq hoje é Quinta Feliz!


Amizades são feitas de pedacinhos. Pedacinhos de tempo que vivemos com cada pessoa.
Não importa a quantidade de tempo que passamos com cada amigo, mas a qualidade do tempo que vivemos com cada um.
Cinco minutos podem ter uma importância muito maior do que um dia inteiro. Assim, há amizades que são feitas de risos e dores compartilhados; outras de escola; outras de saídas, cinemas, diversões; há ainda aquelas que nascem a gente nem sabe de quê, mas que estão presentes.
Talvez essas sejam feitas de silêncios compreendidos, ou de simpatia mútua sem explicação.
Hoje em dia, muitas amizades são feitas só de e-mails e essas não são menos importantes.
São as famosas "amizades virtuais." Diferentes até, mas não menos importantes.
Aprendemos a amar as pessoas sem que possamos julgá-las pela sua aparência ou modo de ser, sem que possamos   ( e fazemos isso inconscientemente às vezes) etiquetá-las.
Há amizades muito profundas que são criadas assim.
Saint-Exupéry disse: "Foi o tempo que perdestes com tua rosa que fez tua rosa tão importante." E eu digo que é o tempo que ganhamos com cada amigo que faz cada amigo tão importante. Porque tempo gasto com amigos é tempo ganho, aproveitado, vivido.
São lembranças para cinco minutos depois ou anos até. Um amigo se torna importante pra nós, e nós para ele, quando somos capazes, mesmo na sua ausência, de rir ou chorar, de sentir saudade e nesse instante trazer o outro bem pertinho da gente.
Dessa forma, podemos ter vários melhores amigos de diferentes maneiras. O importante é saber aproveitar o máximo cada minuto vivido e ter depois no baú das recordações horas para passar com os amigos, mesmo quando estes estiverem longe dos nossos olhos,
Letícia Thompson

sábado, 19 de novembro de 2011

Texto encaminhado pela Marga

achei muito interessante esse texto....
 
"Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase.
É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.Quem quase ganhou ainda joga, que quase passou ainda estuda, que quase morreu ainda está vivo, quem quase amou nao amou.
Basta pensar nas oportunidades que escaparam dos dedos, nas chnces que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa mania de viver o outono.
Pergunto-me, as vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna, ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cor, esta estampada na distancia e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indeferença dos "Bom dia", quase que sussurrados.
Sobra covardia e falta coragem para ser feliz.A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai.
Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são.
Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-iris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.
Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciencia porem, preferir a derrota prévia a duvida da vitoria é desperdiçar a oportunidade de merecer. Pros erros há perdão, pros fracassos, chances pros amores impossiveis, tempo.
De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantaneo ou indolor nao é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impça de tentar.Desconfie do destino e acredite em voce.
Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque,embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu."
 
 
bj
marga
 

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Pensar é transgredir


Lya Luft

Não lembro em que momento percebi que viver deveria ser uma permanente reinvenção de nós mesmos, para não morrermos soterrados na poesia da banalidade, embora pareça que ainda estamos vivos. Mas compreendi, num lampejo: então é isso, então é assim. Apesar dos medos, convém não ser demais fútil nem demais acomodada. Algumas vezes é preciso pegar o touro pelos chifres, mergulhar para depois ver o que acontece: porque a vida não tem de ser sorvida como uma taça que se esvazia, mas como o jarro que se renova a cada gole bebido.

Para reinventar-se é preciso pensar: isso aprendi muito cedo. Apalpar, no nevoeiro de quem somos, algo que pareça uma essência : isso, mais ou menos, sou eu. Isso é o que eu queria ser, acredito ser, quero me tornar ou já fui. Muita inquietação por baixo das águas do cotidiano. Mais cômodo seria ficar com o travesseiro sobre a cabeça e adotar o lema reconfortante : "Parar pra pensar, nem pensar !"

O problema é que quando menos se espera ele chega, o sorrateiro pensamento que nos faz parar. Pode ser no meio do shopping, no trânsito, na frente da tevê ou do computador. Simplesmente escovando os dentes. Ou na hora da droga, do sexo sem afeto, do desafeto, do rancor, da lamúria, da hesitação e da resignação.

Sem ter programado, a gente pára pra pensar. Pode ser um susto: como espiar de um berçário confortável para um corredor com mil possibilidades. Cada porta, uma escolha. Muitas vão se abrir para um nada ou para algum absurdo. Outras, para um jardim de promessas. Alguma, para a noite além da cerca. Hora de tirar os disfarces, aposentar as máscaras e reavaliar : reavaliar-se .

Pensar pede audácia, pois refletir é transgredir a ordem do superficial que nos pressiona tanto. Somos demasiado frívolos: buscamos o atordoamento das mil distrações, corremos de um lado a outro achando que somos grandes cumpridores de tarefas. Quando o primeiro dever seria de vez em quando parar e analisar: quem a gente é, o que fazemos com a nossa vida, o tempo, os amores. E com as obrigações também, é claro, pois não temos sempre cinco anos de idade, quando a prioridade absoluta é dormir abraçado no urso de pelúcia e prosseguir no sono, o sonho que afinal nessa idade ainda é a vida.

Mas pensar não é apenas a ameaça de enfrentar a alma no espelho: é sair para as varandas de si mesmo e olhar em torno, e quem sabe finalmente respirar. Compreender: somos inquilinos de algo bem maior do que o nosso pequeno segredo individual. É o poderoso ciclo da existência. Nele todos os desastres e toda a beleza têm significado como fases de um processo. Se nos escondemos num canto escuro abafando nossos questionamentos, não escutaremos o rumor do vento nas árvores do mundo. Nem compreenderemos que o prato das inevitáveis perdas pode pesar menos do que o dos possíveis ganhos. Os ganhos ou os danos dependem da perspectiva e possibilidades de quem vai tecendo a sua história. O mundo em si não tem sentido sem o nosso olhar que lhe atribui identidade, sem o nosso pensamento que lhe confere alguma ordem.

Viver, como talvez morrer, é recriar-se : a vida não está aí apenas para ser suportada nem vivida, mas elaborada. Eventualmente reprogramada. Conscientemente executada. Muitas vezes, ousada.

Parece fácil: "escrever a respeito das coisas é fácil", já me disseram. Eu sei. Mas não é preciso realizar nada espetacular, nem desejar nada excepcional. Não é preciso nem mesmo ser brilhante, importante, admirado. Para viver de verdade, pensando e repensando a existência, para que ela valha a pena, é preciso ser amado; e amar; e amar-se. Ter esperança; qualquer esperança. Questionar o que nos é imposto, sem rebeldias insensatas mas sem demasiada sensatez. Saborear o bom, mas aqui e ali enfrentar o ruim. Suportar sem se submeter, aceitar sem se humilhar, entregar-se sem renunciar a si mesmo e à possível dignidade.

Sonhar, porque se desistimos disso apaga-se a última claridade e nada mais valerá a pena. Escapar, na liberdade do pensamento, desse espírito de manada que trabalha obstinadamente para nos enquadrar, seja lá no que for. E que o mínimo que a gente faça seja, a cada momento, o melhor que afinal se conseguiu fazer.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Tenham todos um excelente final de semana!


"obrigado por compartilhar o carinho de sua amizade ... pois à Afinidade , não é o mais brilhante, mas é o mais sútil, delicado e penetrante dos sentimentos. Não importa o tempo, a ausência, os adiantamentos, a distância, as impossibilidades. Quando há afinidade, qualquer reencontro retoma a relação, o diálogo, a conversa, o afeto, no exato ponto de onde foi interrompido. Afinidade é não haver tempo mediante a vida. É a vitória do subjetivo sobre o objetivo, do permanente sobre o passageiro. Ter afinidade é muito raro, mas quando ela existe não precisa de códigos verbais para se manifestar. Ela existia antes do conhecimento, irradia durante e permanece até depois que as pessoas deixam de estar juntas. Afinidade é ficar, ainda que longe, pensando parecido a respeito dos mesmos fatos que impressionam, comovem e sensibilizam. Afinidade é receber o que vem de dentro com uma aceitação anterior ao próprio entendimento ... Siddharta Prem - 

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Amanhã é Quinta Feliz!


..."Os ganhos ou os danos dependem da perspectiva e possibilidades de quem vai tecendo a sua história. 
O mundo em si não tem sentido sem o nosso olhar que lhe atribui identidade, sem o nosso pensamento que lhe confere alguma ordem.
Viver, como talvez morrer, é recriar-se: a vida não está aí apenas para ser suportada nem vivida, mas elaborada. 
Eventualmente reprogramada. 
Conscientemente executada. 
Muitas vezes, ousada.
Parece fácil: "escrever a respeito das coisas é fácil", já me disseram. Eu sei. 
Mas não é preciso realizar nada de espetacular, nem desejar nada excepcional. Não é preciso nem mesmo ser brilhante, importante, admirado.
Para viver de verdade, pensando e repensando a existência, para que ela valha a pena, é preciso ser amado; e amar; e amar-se. 
Ter esperança; qualquer esperança.
Questionar o que nos é imposto, sem rebeldias insensatas mas sem demasiada sensatez. 
Saborear o bom, mas aqui e ali enfrentar o ruim. 
Suportar sem se submeter, aceitar sem se humilhar, entregar-se sem renunciar a si mesmo e à possível dignidade.
Sonhar, porque se desistimos disso apaga-se a última claridade e nada mais valerá a pena. 
Escapar, na liberdade do pensamento, desse espírito de manada que trabalha obstinadamente para nos enquadrar, seja lá no que for.
E que o mínimo que a gente faça seja, a cada momento, o melhor que afinal se conseguiu fazer." (Lya Luft)

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Realização dos sonhos


"Existem duas coisas que impedem uma pessoa de realizar os seus sonhos: achar que eles são impossíveis, ou, através de uma súbita virada na roda do destino, vê-los transformarem-se em algo possível quando menos se espera.
Pois neste momento surge o medo de um caminho que não se sabe onde vai dar, de uma vida com desafios desconhecidos, da possibilidade que as coisas com que estamos acostumados desapareçam para sempre.
As pessoas querem mudar tudo, e ao mesmo tempo desejam que tudo continue igual.
Muitas vezes acostumamos com a derrota, e qualquer chance de vitória torna-se um fardo pesado demais para carregar ou somos covardes demais para mudar o destino. "      Paulo Coelho

domingo, 6 de novembro de 2011

Raízes e asas!

Quando você crescer, as penas de suas asas vão cair, até que você perca pra sempre a capacidade que tem de voar.

Minha filha Sheide me mandou este vídeo e eu compartilho com todos vcs é muito lindo.

O filme nasceu a partir de um texto pessoal do publicitário Luiz Ricardo Magrello, publicado num blog inexpressivo. Nele, o diretor Renato Cabral encontrou um personagem e uma história verdadeira.O filme nasceu a partir de um texto pessoal do publicitário Luiz Ricardo Magrello, publicado num blog inexpressivo. Nele, o diretor Renato Cabral encontrou um personagem e uma história verdadeira.

Bom domigo a todos!

Sil

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Feliz Niver de Quinta!!!!!!

“A maturidade me permite olhar com menos ilusões, aceitar com menos sofrimento, entender com mais tranquilidade e querer com mais doçura”. Lya Luft

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Pq hoje é Quinta Feliz!

Afinidade não se explica, amizade não se força, confiança não se obriga e sentimento não se controla.Frase Bob Marley

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Pq hoje é Quinta Feliz!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Doe Seu Sorriso SORRISO!! você é terapia!!!! Lançar mão de atividades intencionais para melhorar seu humor é atitude preventiva. Comprovadamente, ao contrário do que muitos pensam, apenas 10% dessa condição é determinada por situações externas, acontecimentos felizes ou infelizes. Sendo assim, temos a capacidade de modificar nosso humor. Sorrir mais, é se colocar em movimento, é mudar o modo de interpretar as situações.[Jô]

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Frase da semana!

‎"...com uma Amizade Verdadeira, a vida se torna mais simples, mais rica e mais bela..." Charlie Chaplin

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Pq hoje é Quinta!

Nunca é tarde, nunca é demais! "Sou composta por urgências: minhas alegrias são intensas; minhas tristezas, absolutas... Me entupo de ausências, me esvazio de excessos. Eu não caibo no estreito... eu só vivo nos extremos" (Clarice Lispector)

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Frase da Semana!

Ben Ami Scopinho Palavras de um ateu que apreciei: "... Viva a sua vida aqui e agora, seja gentil com os outros, não faça nada para alguém que você não quer que seja feito com você, respeite o planeta e a natureza, dê mais do que você tira até seu último suspiro... Em seguida, aceite a serenidade do nada..."

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Nunca deixe de ser criança…

Quando penso no dia das crianças me recordo de toda a minha infância e de todas aquelas coisas legais que me faziam feliz “por nada”. Pensando nisso percebi o quanto muitos ainda lutam para matar a “inocência” que existe dentro da gente, e só depois de termos distanciado da graça de nos alegrarmos com tão pouco, de brincar, sorrir, é que percebemos a importância e a falta que nos faz ser criança. Precisamos recordar os doces momentos da infância, buscando entender que ao amadurecer e nos tornar adultos, não precisamos abrir mão de acreditar na vida igual acreditávamos quando éramos frágeis e inocentes. Quando crianças, amávamos e perdoávamos com mais facilidade, fazíamos amigos antes mesmo de saber quais eram os seus nomes, corríamos até perdermos o fôlego, rolávamos pelo chão sem medo de nos sujarmos, nos permitíamos viver, experienciar; fazíamos as pessoas sorrirem e se emocionarem com coisas simples. Hoje em dia a infância não é mais a mesma, se tem muita pressa em se tornar adulto. Muitas crianças têm vergonha de brincar, medo de se sujar, e um desejo louco de viver tudo o que é impróprio a sua idade. Então, nesse dia especial, desejo que pelo menos um de nós ainda consiga ser criança, e viva na eternidade, sonhando sonhos de esperança e buscando encontrar um mundo melhor, porque ser criança é algo que a gente nunca deveria deixar de ser! Nandy Martins

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

7 lições de Ouro de Steve Jobs

1. “A inovação define líderes e seguidores” 2. “Seja um fanático pela qualidade. A maioria das pessoas não está acostumada a um ambiente onde a excelência é a regra”. 3. “A única maneira de fazer um grande trabalho é amar o que você faz. Se você ainda não encontrou o trabalho que preenche seus sonhos, não se acomode. Com todas as forças do seu coração, saberá quando encontrar”. 4. ‘Um conceito do budismo é ‘uma mente aprendiz’. É maravilhoso ter uma mente aprendiz’. 5. “Eu sou a única pessoa que eu conheço que perdeu 250 MILHÕES DE DÓLARES em um ano. É o tipo de coisa que molda um caráter”. (Não confunda cometer erros com ser um erro.) 6. “Nós existimos para deixar uma marca no universo. De outra maneira, por que estaríamos aqui?” 7. “Nosso tempo de vida é limitado, não o gaste vivendo a vida de outras pessoas”. Fonte: Steve Jobs

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Frase do dia!

A paz de espírito chega quando sua vida está em harmonia com os princípios e valores verdadeiros, e de nenhum outro modo. Stephen R. Covey

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Ruptura de hábitos para fazer descobertas

Hábitos e rotinas tornar nossa vida mais fácil, mas maçante nossas mentes. Quando contamos com padrões de pensamento existentes operamos sem pensar original. Deliberadamente Quebrando sua rotina estimula o pensamento criativo Tomar uma rota indireta para o trabalho, ler um livro em um novo gênero, horas de trabalho diferentes, ou assumir um novo hobby. Alimentando o seu cérebro informações e idéias de novas fontes de combustível dá-lhe para resolver problemas.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

O ESPELHO DE GANDHI

Perguntaram a Mahatma Gandhi quais são os fatores que destroem os seres humanos. Ele respondeu: A Política, sem princípios; o Prazer, sem compromisso; a Riqueza, sem trabalho; a Sabedoria, sem caráter; os negócios, sem moral; a Ciência, sem humanidade; a Oração, sem caridade.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

NOSSOS DIAS MELHORES NUNCA VIRÃO? Arnaldo Jabor

Ando em crise, numa boa, nada de grave. Mas, ando em crise com o tempo. Que estranho "presente" é este que vivemos hoje, correndo sempre por nada, como se o tempo tivesse ficado mais rápido do que a vida, como se nossos músculos, ossos e sangue estivessem correndo atrás de um tempo mais rápido.

As utopias liberais do século 20 diziam que teríamos mais ócio, mais paz com a tecnologia. Acontece que a tecnologia não está aí para distribuir sossego, mas para incrementar competição e produtividade, não só das empresas, mas a produtividade dos humanos, dos corpos. Tudo sugere velocidade, urgência, nossa vida está sempre aquém de alguma tarefa. A tecnologia nos enfiou uma lógica produtiva de fábricas, fábricas vivas, chips, pílulas para tudo.

Temos de funcionar, não de viver. Por que tudo tão rápido? Para chegar aonde? A este mundo ridículo que nos oferecem, para morrermos na busca da ilusão narcisista de que vivemos para gozar sem parar? Mas gozar como? Nossa vida é uma ejaculação precoce. Estamos todos gozando sem fruição, um gozo sem prazer, quantitativo. Antes, tínhamos passado e futuro; agora, tudo é um "enorme presente", na expressão de Norman Mailer. E este "enorme presente" é reproduzido com perfeição técnica cada vez maior, nos fazendo boiar num tempo parado, mas incessante, num futuro que "não pára de não chegar".

Antes, tínhamos os velhos filmes em preto-e-branco, fora de foco, as fotos amareladas, que nos davam a sensação de que o passado era precário e o futuro seria luminoso. Nada. Nunca estaremos no futuro. E, sem o sentido da passagem dos dias, da sucessibilidade de momentos, de começo e fim, ficamos também sem presente, vamos perdendo a noção de nosso desejo, que fica sem sossego, sem noite e sem dia. Estamos cada vez mais em trânsito, como carros, somos celulares, somos circuitos sem pausa, e cada vez mais nossa identidade vai sendo programada. O tempo é uma invenção da produção. Não há tempo para os bichos. Se quisermos manhã, dia e noite, temos de ir morar no mato.

Há alguns anos, eu vi um documentário chamado Tigrero, do cineasta finlandês Mika Kaurismaki e do Jim Jarmusch sobre um filme que o Samuel Fuller ia fazer no Brasil, em 1951. Ele veio, na época, e filmou uma aldeia de índios no interior do Mato Grosso. A produção não rolou e, em 92, Samuel Fuller, já com 83 anos, voltou à aldeia e exibiu para os índios o material colorido de 50 anos atrás. E também registrou, hoje, os índios vendo seu passado na tela. Eles nunca tinham visto um filme e o resultado é das coisas mais lindas e assustadoras que já vi.

Eu vi os índios descobrindo o tempo. Eles se viam crianças, viam seus mortos, ainda vivos e dançando. Seus rostos viam um milagre. A partir desse momento, eles passaram a ter passado e futuro. Foram incluídos num decorrer, num "devir" que não havia. Hoje, esses índios estão em trânsito entre algo que foram e algo que nunca serão. O tempo foi uma doença que passamos para eles, como a gripe. E pior: as imagens de 50 anos é que pareciam mostrar o "presente" verdadeiro deles. Eram mais naturais, mais selvagens, mais puros naquela época. Agora, de calção e sandália, pareciam estar numa espécie de "passado" daquele presente. Algo decaiu, piorou, algo involuiu neles.
Lembrando disso, outro dia, fui atrás de velhos filmes de 8mm que meu pai rodou há 50 anos também.

Queria ver o meu passado, ver se havia ali alguma chave que explicasse meu presente hoje, que prenunciasse minha identidade ou denunciasse algo que perdi, ou que o Brasil perdeu... Em meio às imagens trêmulas, riscadas, fora de foco, vi a precariedade de minha pobre família de classe média, tentando exibir uma felicidade familiar que até existia, mas precária, constrangida; e eu ali, menino comprido feito um bambu no vento, já denotando a insegurança que até hoje me alarma. Minha crise de identidade já estava traçada. E não eram imagens de um passado bom que decaiu, como entre os índios.
Era um presente atrasado, aquém de si mesmo. A mesma impressão tive ao ver o filme famoso de Orson Welles, It's All True, em que ele mostra o carnaval carioca de 1942 - únicas imagens em cores do País nessa década. Pois bem, dava para ver, nos corpinhos dançantes do carnaval sem som, uma medíocre animação carioca, com pobres baianinhas em tímidos meneios, galãs fraquinhos imitando Clark Gable, uma falta de saúde no ar, uma fragilidade indefesa e ignorante daquele povinho iludido pelos burocratas da capital. Dava para ver ali que, como no filme de minha família, estavam aquém do presente deles, que já faltava muito naquele passado.

Vendo filmes americanos dos anos 40, não sentimos falta de nada. Com suas geladeiras brancas e telefones pretos, tudo já funcionava como hoje. O "hoje" deles é apenas uma decorrência contínua daqueles anos. Mudaram as formas, o corte das roupas, mas eles, no passado, estavam à altura de sua época. A Depressão econômica tinha passado, como um grande trauma, e não aparecia como o nosso subdesenvolvimento endêmico. Para os americanos, o passado estava de acordo com sua época. Em 42, éramos carentes de alguma coisa que não percebíamos. Olhando nosso passado é que vemos como somos atrasados no presente. Nos filmes brasileiros antigos, parece que todos morreram sem conhecer seus melhores dias.

E nós, hoje, nesta infernal transição entre o atraso e uma modernização que não chega nunca? Quando o Brasil vai crescer? Quando cairão afinal os "juros" da vida? Chego a ter inveja das multidões pobres do Islã: aboliram o tempo e vivem na eternidade de seu atraso. Aqui, sem futuro, vivemos nessa ansiedade individualista medíocre, nesse narcisismo brega que nos assola na moda, no amor, no sexo, nessa fome de aparecer para existir. Nosso atraso cria a utopia de que, um dia, chegaremos a algo definitivo. Mas, ser subdesenvolvido não é "não ter futuro"; é nunca estar no presente.
Arnaldo Jabor

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Felicidade..... por Gilbamar Bezerra*

Ao longo de toda minha vida andei tentando cultivar a semente da tenra plantinha chamada felicidade com o máximo cuidado. Fui arando os espaços por onde caminhei, distribuindo sorrisos, engolindo em seco - algumas vezes também ficava aquilo preso na garganta dias e dias até, finalmente, descer goela abaixo quando a compreensão aliviava a mágoa no coração - os pescoções e sapos maiores do que minha capacidade de assimilar suportava.

Precisei, como é de lei não escrita no relacionamento humano, renunciar tanto, baixar a cabeça incontáveis vezes, derramar lágrimas sobre o travesseiro enquanto refletia sobre fatos e atos, buscando entender o sentido de estar vivo quando inúmeros já tinham recebido o bilhete de ida sem retorno.

Fui percebendo, no passar do tempo, que para subsistir e ser completa a felicidade necessita de pequenas coisas do cotidiano, de detalhes simples, por vezes insignificantes, que fazem a grande diferença na contabilidade final e complexa desse estágio da existência tão anelado por todos nós. Todavia surpreendi-me ao descobrir o quanto a presença dos meus semelhantes é parte sin ne qua non dessa tal felicidade. Sem a presença imprescindível dos muitos próximos, em especial dos mais próximos como amigos, familiares, parentes e, claro, os amores, impossível seu desenvolvimento completo e sadio.

Porque a felicidade, compreendi e me alegrei com essa assertiva, não vem sozinha e repentina como algo avulso ou uma folha seca trazida pelo vento. Para acontecer e tornar-se real, palpável e desfrutável a felicidade, da maneira como nós seres humanos a enxergamos, há que ter por base sólida, o esteio indispensável para firmar-se e permanecer, as demais criaturas dividindo conosco as benesses de seus gloriosos frutos.

De que maneira, então, é possível encontrar o caminho mais plausível para alcançá-la? Como isso é possível? Onde descobrir os contornos desse misterioso e abstrato estado de vida tão ansiosamente procurado por todos os homens e mulheres? O apoio e incentivo dos pais na infância, a amizade na adolescência, os braços amorosos da namorada, a constituição da própria família, o trabalho digno respaldado por salário adequado com vistas a um viver honroso e com qualidade, a leitura constante de bons livros e demais incentivos culturais que despertam o intelecto, enfim, todos os fragmentos de prazeres e alegrias brotando dia após dia fazem o painel de algo maravilhoso a que chamamos de felicidade.

Tropeços ocorreram porque são inevitáveis e inerentes a essa linda jornada onde nos colocaram nossos pais. Rosas e espinhos ocupam o mesmo espaço enquanto seguimos adiante. Temos consciência que a felicidade é construída aqui e ali, em momentos inesquecíveis bordados de risos contagiantes, com pedaços de alegria depois de escamoteadas as tristezas, olvidadas as desilusões.

Penso que a felicidade me tem visitado vez por outra em seus frequentes retalhos e visíveis contornos, acreditando ser ela vivida de instantes, de pequenas pepitas de ouro que vamos encontrando no caminho escolhido por cada um de nós. Esse fabuloso êxtase a que denominamos de felicidade jamais será conseguido em sua totalidade por qualquer um de nós, porque ela se caracteriza nos lampejos momentâneos que nos dão prazer e a doce sensação de ser feliz. Lampejos esses inconstantes, inesperados e nem sempre à mão.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

O que plantamos, colhemos - Paulo Coelho

O pessimismo contagia!
O derrotismo contagia!
A desesperança contagia!
As pessoas que tem sensibilidade suficiente para enxergar auras (vibrações energéticas que envolvem os seres vivos), percebem que – antes da doença física penetrar no corpo, parte da energia vital é drenada pelo cérebro aflito e preocupado. Tudo aquilo que colocarmos no dia de hoje, nos será devolvido de alguma maneira – num ciclo muito semelhante aquele que vemos na natureza.

“O que plantamos, colhemos”, diziam nossas avós. Elas nunca escutaram palavras como ecologia. Mas nesta simples frase – “o que plantamos, colhemos” – está parte da sabedoria que o Universo nos ensina.

Cada momento de nossa realidade é diretamente influenciado pela nossa maneira de achar como uma “realidade” deve ser.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Sobre a caligrafia - Arnaldo Antunes

Caligrafia.
Arte do desenho manual das letras e palavras.
Território híbrido entre os códigos verbal e visual.
— O que se vê contagia o que se lê.
Das inscrições rupestres pré-históricas às vanguardas artísticas do século XX.
Sofisticadamente desenvolvida durante milênios pelas tradições chinesa, japonesa, egípcia, árabe.
Com lápis, pena, pincel, caneta, mouse ou raio laser.
— O que se vê transforma o que se lê.
A caligrafia está para a escrita como a voz está para a fala.
A cor, o comprimento e espessura das linhas, a curvatura, a disposição espacial, a velocidade, o ângulo de inclinação dos traços da escrita correspondem a timbre, ritmo, tom, cadência, melodia do discurso falado.
Entonação gráfica.
Tais recursos constituem uma linguagem que associa características construtivistas (organização gráfica das palavras na página) a uma intuição orgânica, orientada pelos impulsos do corpo que a produz.
Assim como a voz apresenta a efetivação física do discurso (o ar nos pulmões, a contração do abdómen, a vibração das cordas vocais, os movimentos da língua), a caligrafia também está intimamente ligada ao corpo, pois carrega em si os sinais de maior força ou delicadeza, rapidez ou lentidão, brutalidade ou leveza do momento de sua feitura.
A irregularidade do traço denuncia o tremor da mão. O arco de abertura do braço fica subentendido na curva da linha. O escorrido da tinta e a forma de sua aborção pelo papel indicam velocidade. A variação da espessura do traço marca a pressão imprimida contra o papel. As gotas de tinta assinalam a indecisão ou precipitação do pincel no ar.
Rastos de gestos.
A própria existência de um saber como o da grafologia, independentemente de sua finalidade interpretativa sobre a personalidade de quem escreve, aponta para a relevância que podem ter os aspectos formais que, muitas vezes inconscientemente, constituem a "letra" de uma pessoa.
O atrito entre o o sentido convencional das palavras (tal como estão no dicionário) e as características expressivas da escritura manual abre um campo de experimentação poética que multiplica as camadas de significação.
Além disso, suas linhas, curvas, texturas, traços, manchas e borrões, mesmo que ilegíveis, ou apenas semi-decifráveis, podem produzir sugestões de sentidos que ocorrem independentemente do que se está escrevendo, apenas pelo fato de utilizarem os sinais próprios da escrita.
O A grávido de O.
Érres e ésses atacando Es.
A multiplicação de agás.
Rios de Us e emes e zês.
Esqueletos de signos fragmentados.
Dança de letras sobrepostas possibilitando diferentes leituras.
Paisagens.
Horizontes ou abismos.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

FELIZ DIA DOS AMIGOS!

"Diante do amigo sabemos que não estamos sós e alegria maior não pode existir!"


Rubem Alves

terça-feira, 12 de julho de 2011

Amigos: "Meu coração escolheu você"

Meu coração já escolheu você
uma escolha que não tem volta
e se algo falta para a merecer
seja o que seu sorriso denota

Que ele não precise esquecer
que o amor é ave que ninguém solta
meu coração já escolheu você
uma escolha que não tem volta

Dê encanto a esse meu pobre ser
cujo querer jamais se revolta
sendo algo de tal transparecer
que, de tão intenso, abarrota,
meu coração já escolheu você!

*Gilbamar Bezerra

quarta-feira, 29 de junho de 2011

CASA ARRUMADA - Carlos Drummond de Andrade

A vida é muito mais do que isso..."A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca e que, esquivando-nos do sofrimento, perdemos também a felicidade."
Casa arrumada é assim:
Um lugar organizado, limpo, com espaço livre pra circulação e uma boa entrada de luz. Mas casa, pra mim, tem que ser casa e não um centro cirúrgico, um cenário de novela.
Tem gente que gasta muito tempo limpando, esterilizando, ajeitando os móveis, afofando as almofadas...
Não, eu prefiro viver numa casa onde eu bato o olho e percebo logo:
Aqui tem vida...
Casa com vida, pra mim, é aquela em que os livros saem das prateleiras e os enfeites brincam de trocar de lugar.
Casa com vida tem fogão gasto pelo uso, pelo abuso das refeições fartas, que chamam todo mundo pra mesa da cozinha.
Sofá sem mancha? Tapete sem fio puxado? Mesa sem marca de copo? Tá na cara que é casa sem festa.
E se o piso não tem arranhão, é porque ali ninguém dança.
Casa com vida, pra mim, tem banheiro com vapor perfumado no meio da tarde.
Tem gaveta de entulho, daquelas que a gente guarda barbante, passaporte e vela de aniversário, tudo junto...
Casa com vida é aquela em que a gente entra e se sente bem-vinda.
A que está sempre pronta pros amigos, filhos... Netos, pros vizinhos...
E nos quartos, se possível, tem lençóis revirados por gente que brinca ou namora a qualquer hora do dia.
Casa com vida é aquela que a gente arruma pra ficar com a cara da gente.
Arrume a sua casa todos os dias...
Mas arrume de um jeito que lhe sobre tempo pra viver nela...
E reconhecer nela o seu lugar.

Carlos Drummond de Andrade

sábado, 25 de junho de 2011

Amigos!

Tem gente que é só passar pela gente que a gente fica contente. Tem gente que sente o que a gente sente e passa isto docemente. Tem gente que vive como a gente vive. Tem gente que fala e nos olha na face. Tem gente que cala e nos faz olhar. Toda essa gente que convive com a gente, leva da gente o que a gente tem e passa a ser gente dentro da gente. Um pedaço da gente em outro alguém.

Fernando Sabino

quinta-feira, 16 de junho de 2011

QUINTA FELIZ PRA TODOS!

Família de Quinta!

Criar uma rede de relacionamentos – o tal networking – faz bem em todos os sentidos. Conhecer gente nova e manter esses vínculos nos alimenta de informações e pontos de vista, exercita nossa tolerância e criatividade e abre inúmeras oportunidades de desenvolvimento pessoal. E só se faz isso convivendo, expondo-se a culturas e hábitos diferentes. Essas experiências criam novas conexões no cérebro, tornando-o mais versátil e eficiente.

Por isso, comparo meus amigos com poesia:

“Às vezes, é um feixe de luz dourado coado pelas folhas das árvores. Uma flor miúda entre as rachaduras da calçada. O risco das letras que, unidas, se transformam em melodia. Detalhes que fazem o tempo parar, ficar suspenso em um suspiro... e então desabrochar em deslumbramento. Antes de aprender a ler, pedi aos meus pais que me ensinassem a escrever. Achava as palavras uma coisa mágica: quando se juntavam em fios sonoros, eram capazes de provocar essas maravilhas inexplicáveis que eu via, ouvia e sentia. Anos depois, descobri que esse arrepio se chamava poesia. No alto da página de um livro da escola, uma moça de cabelo muito escuro chamada Cecília Meireles me disse que cantava porque o instante existia e a vida estava completa. Ela não era nem alegre nem triste: era poeta. Foi como se eu tivesse aberto uma sala proibida. Com os olhos arregalados e o coração aos pulos, espiei estrofes, rimas, sonetos, canções – e os ritmos que percorria abriam espaços claros de emoção no meio dos meus dias. Em cadernos, eu copiava as sentenças mais bonitas e ensaiava as minhas. Guardava as páginas como se fossem pequenas pérolas, que jogavam brilho na rotina. Quando pude, comprei meu primeiro livro, uma antologia de capa branca e fina do Drummond. Foi quando entendi que poesia é transformar o comum em belo. Enxergar o mundo pelo prisma do singelo, do incrível. Mais do que em metáforas, o poético se esconde nos pequenos gestos. Congela em palavras a beleza que, de repente, decide se revelar. E constrói frases com ou sem rima, que tornam sentimento uma flor, uma linha de luz ou o risco das letras – que a qualquer um pode surpreender”. Texto: Rita Loiola

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Qual é a Origem da Amizade?

Venho ensaiando escrever sobre a amizade há pelo menos vinte anos, sem coragem de dar seguimento a esse antigo projeto. Percebi que se trata da mais bem-sucedida forma de interação entre as pessoas, de uma fonte de prazeres e alegrias enormes e geradora de tensões e elementos negativos mínimos.

A primeira questão – e, talvez, a mais importante – está relacionada à seguinte dúvida: seria a amizade uma versão adulta e sofisticada do amor, ou um fenômeno inteiramente diferente?

Como regra, achamos interessantes aquelas pessoas que desenvolvem maneiras de ser e de racionar sobre todos os assuntos similares às nossas em muitos aspectos. Não só achamos graça como nos sentimos muito próximos delas. Aqui, a sensação de integração não se origina de um processo físico, como acontece no amor – ou mesmo na integração com a pátria ou com o universo. Ela deriva de uma intimidade intelectual, de afinidades na maneira de pensar e de sentir a vida.

Nas amizades, a ponte que permite que duas criaturas individuais e solitárias se sintam integradas surge graças à facilidade com que elas se comunicam. É extraordinário o prazer que sentimos quando temos a impressão de que aquilo que o outro está entendendo corresponde exatamente ao que estamos dizendo. Temos a impressão de não estarmos sós neste mundo. O prazer que experimentamos ao conversar com nossos amigos – definidos assim de modo rigoroso, sem nada a ver com os diversos conhecidos que temos – é enorme; não raramente maior do que o que sentimos ao conversar com nossos parentes e com o nosso objeto de amor que, como disse, corresponde a uma escolha mais relacionada com outros processos.

Como as amizades referem-se a processos essencialmente adultos, não são contaminadas, a não ser de modo muito superficial, pelas penosas emoções possessivas e ciumentas. Podemos ter mais de um amigo íntimo. Gostar de um não significa deixar de gostar do outro. O respeito pelos direitos individuais e pelo modo de ser do amigo é a tônica. A inveja, quando existe, está sob controle, pois, mais do que tudo, queremos que nossos amigos prosperem; não tememos que isso nos afaste deles, como costuma acontecer nas relações amorosas, em que o progresso do amado é sempre uma enorme ameaça à estabilidade da relação.

A amizade é fenômeno essencialmente intelectual. Pode perfeitamente existir entre pessoas que não tenham interesse sexual um pelo outro. Ela é até mesmo mais comum entre pessoas do mesmo sexo, em que as afinidades mentais, talvez, sejam mais comuns. Agora, por puro preconceito, mesmo nos tempos atuais, em que o erotismo tende a se expressar de modo mais livre, não pensamos em intimidades sexuais entre amigos. Da mesma forma, é fácil imaginar que as relações que se iniciam como amizade podem evoluir para um namoro ou mesmo para um casamento. A idéia de que o amor é coisa muito mais rica do que a amizade é, a meu ver, antiga. Afinidades intelectuais e semelhanças de gostos e interesses terão de ser parte essencial de todos os relacionamentos mais íntimos.

Flávio Gikovate - Agosto/2000

quinta-feira, 2 de junho de 2011

A amizade

Rubem Alves (do livro 'O retorno e Terno')

Lembrei-me dele e senti saudades... Tanto tempo que a gente não se vê! Dei-me conta, com uma intensidade incomum, da coisa rara que é a amizade. E, no entanto, é a coisa mais alegre que a vida nos dá. A beleza da poesia, da música, da natureza, as delícias da boa comida e da bebida perdem o gosto e ficam meio tristes quando não temos um amigo com quem compartilhá-las. Acho mesmo que tudo o que fazemos na vida pode se resumir nisto: a busca de um amigo, uma luta contra a solidão...
Lembrei-me de um trecho de Jean-Christophe, que li quando era jovem, e do qual nunca me esqueci. Romain Rolland descreve a primeira experiência com a amizade do seu herói adolescente. Já conhecera muitas pessoas nos curtos anos de sua vida. Mas o que experimentava naquele momento era diferente de tudo que já sentira antes. O encontro acontecera de repente, mas era como se já tivessem sido amigos a vida inteira.
A experiência da amizade parece ter suas raízes fora do tempo, na eternidade. Um amigo é alguém com quem estivemos desde sempre. Pela primeira vez estando com alguém, não sentia necessidade de falar. Bastava a alegria de estarem juntos, um ao lado do outro.
"Christophe voltou sozinho dentro da noite. Seu coração cantava 'Tenho um amigo, tenho um amigo!' Nada via. Nada ouvia. Não pensava em mais nada. Estava morto de sono e adormeceu assim que se deitou. Mas durante a noite fora acordado duas ou três vezes, como que por uma idéia fixa. Repetia para si mesmo: 'Tenho um amigo', e tornava a adormecer."
Jean-Christophe compreendera a essência da amizade. Amiga é aquela pessoa em cuja companhia não é preciso falar. Você tem aqui um teste para saber quantos amigos você tem. Se o silêncio entre vocês dois lhe causa ansiedade, se quando o assunto foge você se põe a procurar palavras para encher o vazio e manter a conversa animada, então a pessoa com quem você está não é sua amiga. Porque um amigo é alguém cuja presença procuramos não por causa daquilo que se vai fazer juntos, seja bater papo, comer, jogar ou transar. Até que tudo isso pode acontecer. Mas a diferença está em que, quando a pessoa não é amiga, terminando o alegre e animado programa, vêm o silêncio e o vazio - que são insuportáveis. Nesse momento o outro se transforma num incômodo que entulha o espaço e cuja despedida se espera com ansiedade.
Com o amigo é diferente. Não é preciso falar. Basta a alegria de estarem juntos, um ao lado do outro. Amigo é alguém cuja simples presença traz alegria, independentemente do que se faça ou diga. A amizade anda por caminhos que não passam pelos programas.
Uma estória oriental conta de uma árvore solitária que se via no alto da montanha. Não tinha sido sempre assim. Em tempos passados a montanha estivera coberta de árvores maravilhosas, altas e esguias, que os lenhadores cortaram e venderam. Mas aquela árvore era torta, não podia será transformada em tábuas. Inútil para os seus propósitos, os lenhadores a deixaram lá. Depois vieram os caçadores das essências em busca de madeiras perfumadas. Mas a árvore torta, por não ter cheiro algum, foi desprezada e lá ficou. Por ser inútil, sobreviveu. Hoje ela está sozinha na montanha. Os viajantes se assentam sob a sua sombra e descansam.
Um amigo é como aquela árvore. Vive de sua inutilidade. Pode até ser útil eventualmente, mas não é isso que o torna amigo. Sua inútil e fiel presença silenciosa torna a nossa solidão uma experiência de comunhão. Diante do amigo, sabemos que não estamos sós. E alegria maior não pode existir.