Galera

Galera
A maior parte dos seres humanos, por preguiça e comodidade, segue o exemplo da maioria. Pertencer à minoria é tornar-se vulnerável, expor-se à critica. Tomar consciência da normose e de suas causa constitui a verdadeira terapia contemporânea. Trata-se, também, do encontro com a liberdade. Seguir cegamente as normas é tornar-se escravo. Roberto Crema

Esse é nosso lema!!

Esse é nosso lema!!
ESSE É NOSSO LEMA!!!! "A amizade é uma alma que habita vários corpos. Um coração que habita várias almas" Aristóteles

BOAS VINDAS!

Querer mudar o mundo é um desejo saudável e totalmente necessário. " Para ser feliz, o ser humano precisa somente de duas coisas: cultivar sementes de paz em seu coração e ter bons amigos. " - Buddha

Espaço da Galera!!!!!!!!!!!!!!!!!!

As coisas mais simples são os melhores presentes.

Leveza pra conduzir a vida; Beleza, que vai muito além da estética;

Determinação, porque sem ela nada acontece, nada;

Harmonia, paz e alegria sempre.

Silvana Mara dias Souza

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Qual é a Origem da Amizade?

Venho ensaiando escrever sobre a amizade há pelo menos vinte anos, sem coragem de dar seguimento a esse antigo projeto. Percebi que se trata da mais bem-sucedida forma de interação entre as pessoas, de uma fonte de prazeres e alegrias enormes e geradora de tensões e elementos negativos mínimos.

A primeira questão – e, talvez, a mais importante – está relacionada à seguinte dúvida: seria a amizade uma versão adulta e sofisticada do amor, ou um fenômeno inteiramente diferente?

Como regra, achamos interessantes aquelas pessoas que desenvolvem maneiras de ser e de racionar sobre todos os assuntos similares às nossas em muitos aspectos. Não só achamos graça como nos sentimos muito próximos delas. Aqui, a sensação de integração não se origina de um processo físico, como acontece no amor – ou mesmo na integração com a pátria ou com o universo. Ela deriva de uma intimidade intelectual, de afinidades na maneira de pensar e de sentir a vida.

Nas amizades, a ponte que permite que duas criaturas individuais e solitárias se sintam integradas surge graças à facilidade com que elas se comunicam. É extraordinário o prazer que sentimos quando temos a impressão de que aquilo que o outro está entendendo corresponde exatamente ao que estamos dizendo. Temos a impressão de não estarmos sós neste mundo. O prazer que experimentamos ao conversar com nossos amigos – definidos assim de modo rigoroso, sem nada a ver com os diversos conhecidos que temos – é enorme; não raramente maior do que o que sentimos ao conversar com nossos parentes e com o nosso objeto de amor que, como disse, corresponde a uma escolha mais relacionada com outros processos.

Como as amizades referem-se a processos essencialmente adultos, não são contaminadas, a não ser de modo muito superficial, pelas penosas emoções possessivas e ciumentas. Podemos ter mais de um amigo íntimo. Gostar de um não significa deixar de gostar do outro. O respeito pelos direitos individuais e pelo modo de ser do amigo é a tônica. A inveja, quando existe, está sob controle, pois, mais do que tudo, queremos que nossos amigos prosperem; não tememos que isso nos afaste deles, como costuma acontecer nas relações amorosas, em que o progresso do amado é sempre uma enorme ameaça à estabilidade da relação.

A amizade é fenômeno essencialmente intelectual. Pode perfeitamente existir entre pessoas que não tenham interesse sexual um pelo outro. Ela é até mesmo mais comum entre pessoas do mesmo sexo, em que as afinidades mentais, talvez, sejam mais comuns. Agora, por puro preconceito, mesmo nos tempos atuais, em que o erotismo tende a se expressar de modo mais livre, não pensamos em intimidades sexuais entre amigos. Da mesma forma, é fácil imaginar que as relações que se iniciam como amizade podem evoluir para um namoro ou mesmo para um casamento. A idéia de que o amor é coisa muito mais rica do que a amizade é, a meu ver, antiga. Afinidades intelectuais e semelhanças de gostos e interesses terão de ser parte essencial de todos os relacionamentos mais íntimos.

Flávio Gikovate - Agosto/2000

quinta-feira, 2 de junho de 2011

A amizade

Rubem Alves (do livro 'O retorno e Terno')

Lembrei-me dele e senti saudades... Tanto tempo que a gente não se vê! Dei-me conta, com uma intensidade incomum, da coisa rara que é a amizade. E, no entanto, é a coisa mais alegre que a vida nos dá. A beleza da poesia, da música, da natureza, as delícias da boa comida e da bebida perdem o gosto e ficam meio tristes quando não temos um amigo com quem compartilhá-las. Acho mesmo que tudo o que fazemos na vida pode se resumir nisto: a busca de um amigo, uma luta contra a solidão...
Lembrei-me de um trecho de Jean-Christophe, que li quando era jovem, e do qual nunca me esqueci. Romain Rolland descreve a primeira experiência com a amizade do seu herói adolescente. Já conhecera muitas pessoas nos curtos anos de sua vida. Mas o que experimentava naquele momento era diferente de tudo que já sentira antes. O encontro acontecera de repente, mas era como se já tivessem sido amigos a vida inteira.
A experiência da amizade parece ter suas raízes fora do tempo, na eternidade. Um amigo é alguém com quem estivemos desde sempre. Pela primeira vez estando com alguém, não sentia necessidade de falar. Bastava a alegria de estarem juntos, um ao lado do outro.
"Christophe voltou sozinho dentro da noite. Seu coração cantava 'Tenho um amigo, tenho um amigo!' Nada via. Nada ouvia. Não pensava em mais nada. Estava morto de sono e adormeceu assim que se deitou. Mas durante a noite fora acordado duas ou três vezes, como que por uma idéia fixa. Repetia para si mesmo: 'Tenho um amigo', e tornava a adormecer."
Jean-Christophe compreendera a essência da amizade. Amiga é aquela pessoa em cuja companhia não é preciso falar. Você tem aqui um teste para saber quantos amigos você tem. Se o silêncio entre vocês dois lhe causa ansiedade, se quando o assunto foge você se põe a procurar palavras para encher o vazio e manter a conversa animada, então a pessoa com quem você está não é sua amiga. Porque um amigo é alguém cuja presença procuramos não por causa daquilo que se vai fazer juntos, seja bater papo, comer, jogar ou transar. Até que tudo isso pode acontecer. Mas a diferença está em que, quando a pessoa não é amiga, terminando o alegre e animado programa, vêm o silêncio e o vazio - que são insuportáveis. Nesse momento o outro se transforma num incômodo que entulha o espaço e cuja despedida se espera com ansiedade.
Com o amigo é diferente. Não é preciso falar. Basta a alegria de estarem juntos, um ao lado do outro. Amigo é alguém cuja simples presença traz alegria, independentemente do que se faça ou diga. A amizade anda por caminhos que não passam pelos programas.
Uma estória oriental conta de uma árvore solitária que se via no alto da montanha. Não tinha sido sempre assim. Em tempos passados a montanha estivera coberta de árvores maravilhosas, altas e esguias, que os lenhadores cortaram e venderam. Mas aquela árvore era torta, não podia será transformada em tábuas. Inútil para os seus propósitos, os lenhadores a deixaram lá. Depois vieram os caçadores das essências em busca de madeiras perfumadas. Mas a árvore torta, por não ter cheiro algum, foi desprezada e lá ficou. Por ser inútil, sobreviveu. Hoje ela está sozinha na montanha. Os viajantes se assentam sob a sua sombra e descansam.
Um amigo é como aquela árvore. Vive de sua inutilidade. Pode até ser útil eventualmente, mas não é isso que o torna amigo. Sua inútil e fiel presença silenciosa torna a nossa solidão uma experiência de comunhão. Diante do amigo, sabemos que não estamos sós. E alegria maior não pode existir.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Abraço gera bem-estar, conforto e ainda combate o estresse

O gesto é a maneira mais universal de manifestar apoio e carinho


O abraço também é uma ótima alternativa para sanar o grande mal moderno: o estresse. Estudo realizado pela Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, indica que abraçar diminui os níveis de cortisol e a norepinefrina, hormônios relacionados ao estresse, além de diminuir a pressão sanguínea, o que previne doenças cardíacas. O aumento da taxa de uma substância chamada oxitocina também é notável. Quanto mais oxitocina o cérebro libera, mais a pessoa quer ser tocada e menos estressada ela fica: ou seja, quanto mais abraçada ela é, mais ela deseja ser abraçada.


Portanto, embora não combata diretamente as causas do estresse - sejam elas vindas de problemas familiares, do trabalho, entre outras -, o abraço acolhe a pessoa de tal forma que pode melhorar, e muito, a disposição e a maneira de encarar os problemas.

Outro mal da mente a ser tratado com ajuda do abraço é a depressão que, hoje, é a maior causa da diminuição da expectativa de vida do brasileiro, segundo recente estudo publicado pelo periódico Lancet. De acordo com a psicóloga Glauce Assunção, do Hospital São Camilo, o depressivo tende a não ver saídas e, com o abraço, ele pode se sentir acolhido, por causa da boa sensação proporcionada pelo toque. "Mesmo não sendo a cura, esse apoio e amparo são necessários para que o depressivo se sinta seguro. É um reforço ao tratamento", afirma.

Abrace sua família

Glauce afirma, no entanto, que as pessoas se abraçam pouco hoje em dia. O distanciamento não está presente apenas em meios externos, como o escolar ou corporativo, mas também dentro dos lares. Segundo a psicóloga, a raridade do abraço no âmbito familiar causa até estranhamento na criança que, sem o hábito de abraçar, acaba recebendo esse conforto de outra pessoa. O ideal é que as pessoas consigam, em casa, pelo menos um abraço todos os dias. Isso reduz significativamente os atritos na família, como uma bandeira branca.

Ela também lembra que o abraço faz com que a criança se sinta protegida e acolhida, sensação mais do que necessária na infância. "O abraço ficou cada vez mais distante. Hoje em dia, as crianças sentem falta disso. O pequeno chega em casa, já vai ao computador, enquanto a mãe vai à cozinha fazer a janta. A criança fica desprotegida", diz Glauce. Abraçar o pequeno o fará uma pessoa mais segura - imagem que ele transmitirá fora de casa.

O gesto também é imprescindível entre o casal. Quando o assunto é envolvimento sentimental, a psicóloga afirma que abraçar é um ato mais forte que beijar. "Ele reforça os relacionamentos, reduz as diferenças. O abraço acalma e é mais significativo que um beijo na boca ou no rosto."

Melhore o dia de alguém

Para melhorar o dia de uma pessoa, não é necessário muito esforço, apenas um abraço. Faça o teste: experimente abraçar alguém que você tenha algum carinho e perceba como o sorriso dessa pessoa muda. Ela se sentirá importante, protegida e com mais disposição. "Quem abraça é capaz de sentir o outro, combate suas tristezas, incertezas. Você sustenta as lágrimas da pessoa, lhe dá sensação de conforto", reforça Glauce. No entanto, nem pense em sair abraçando qualquer um. Abraçar por abraçar, sem intimidade real, pode causar efeitos contrários. "Se for forçado, você não se sentirá bem porque, quando você abraça, você recebe de volta, esse toque é mútuo. Não adianta dar algo falso", argumenta a psicóloga.