Viver por mais tempo é uma conclusão de vários estudos sobre a longevidade do ser humano. Já que estamos vivendo mais, a questão que se coloca é: como viver melhor?
Ogata & de Marchi, em seu livro Wellness – Seu guia de bem-estar e qualidade de vida(2008), ensinam que o bem-estar depende diretamente de nosso estilo de vida, sendo que cinco fatores tem uma grande significância:
1º – carga genética – representa 30% de nossa capacidade de estar saudável e representa a predisposição para a saúde ou a doença;
2º – circunstâncias sociais – representam 15% e estão relacionadas à educação, emprego, moradia, renda e coesão social;
3º – condições ambientais – relacionados com os riscos dos locais onde se vive e trabalha: representam 5%;
4º – escolhas comportamentais – são as mais importantes e correspondem a 40% do total e se relacionam às nossas práticas de comportamento e ao nosso estilo de vida; e,
5º – cuidados médicos – correspondem aos 10% restantes.
A análise destas porcentagens, ainda segundo os autores, significa: o ser humano tem o poder de controlar mais de 50% da sua qualidade de vida, bem-estar e saúde.
Convém lembrar que todo ser humano tem oito áreas para administrar em sua vida: física, emocional, intelectual, profissional, financeira, lazer, relacionamentos (inclusive a família) e espiritual.
Com as atribulações de um mundo globalizado, as pessoas estão cada vez mais preocupadas com o trabalho e a manutenção de suas atividades laborais e em busca de mais e melhores qualificações e acabam se esquecendo do equilíbrio que deve haver entre aquelas oito áreas.
E o lazer é uma delas.
Infelizmente, muitas pessoas acreditem que o lazer se resume, simplesmente, a tirar férias ou gastar dinheiro indo para locais paradisíacos ou frequentando restaurantes estrelados pelo guia Michelin.
Se formos consultar a literatura, vamos perceber que lazer é muito mais do que isso.
Talvez a melhor descrição seja a de Joffre Dumazedier, que afirma: o lazer é um conjunto de ocupações às quais o indivíduo pode entregar-se de livre vontade, seja para repousar, seja para divertir-se e entreter-se ou, ainda, para desenvolver a sua informação ou formação desinteressada, sua participação social ou a sua livre capacidade criadora depois de se livrar ou se desembaraçar das suas obrigações profissionais, familiares e sociais.
A prática de uma atividade de lazer leva o ser humano a um estado de satisfação, prazer e felicidade e contribui para o seu desenvolvimento pessoal e social.
Dumazedier também ensina os interesses das pessoas em praticar o lazer, os quais podem ser de cinco naturezas:
1ª – interesse físico
Representado pela prática de alguma atividade física independentemente de sua natureza: caminhada, corrida, tênis, squash, patinação, dança, atividade de aventura, esportes coletivos (vôlei, futebol), etc.
2ª – interesse artístico
A pessoa se dedica à prática de alguma manifestação artística, como cinema, teatro, etc.
3ª – interesse manual
Neste caso o prazer está ligado ao uso das mãos, como tocar algum instrumento musical (violão, harpa, bateria, instrumentos de sopro), pintura em suas diferentes manifestações, escultura, confecção de roupas, objetos, etc.
4ª – interesse intelectual
O prazer é alinhado ao uso do pensamento. Neste grupo de atividades incluem-se o xadrez, palavras cruzadas, sudoku, escrever artigos, livros, crônicas, ou ainda, ministrar palestras, cursos e workshops.
5ª – interesses sociais
Festas, encontros, celebrações, constituem interesse onde as pessoas aumentam sua satisfação prazer e felicidade através de sua plena capacidade de relacionamentos e sociabilização.
A prática de uma atividade de lazer traz inúmeros benefícios para as pessoas, tais como:
- melhora do bom humor;
- aumenta o entusiasmo pela vida;
- fortalece o sistema imunológico;
- eleva a autoestima;
- reduz a obesidade;
- combate o estresse ruim;
- aumenta a longevidade;
- reduz os riscos de desenvolver doenças, como a depressão;
- estimula a sociabilização;
- desenvolve a criatividade;
- contribui para o bem-estar geral;
- necessário para a manutenção e promoção da saúde; e,
- contribui para a recuperação de pacientes que sofreram derrames cerebrais, pacientes internados em UTIs e no tratamento de crianças com problemas psiquiátricos.
Cada pessoa deve procurar alguma atividade que lhe faça bem. Por exemplo: se você é um atleta de final de semana e vai jogar futebol com os amigos por duas horas, pode ser que você passe o resto da semana sofrendo de dores musculares. Será que isso é lazer?
Por isso cada um deve estar ciente que a escolha de uma atividade de lazer é individual; a minha escolha pode não ser a sua escolha.
O importante é que esta escolha esteja sempre sustentada pelo tripé satisfação, prazer e felicidade.
Repito, nossa qualidade de vida está em saber equilibrar nossas oito áreas. E a prática de uma atividade de lazer contribui para que este equilíbrio seja alcançado.
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