Artigo - Por Affonso Ghizzo Neto
A Realidade e o Espelho da Mentira
É preciso saber que a tentativa não pode ocorrer sem uma constante busca, sem fórmulas mágicas, sem acertos certeiros, sem verdades incontestáveis. Torna-se imperioso, frente a tantas aberrações banalizadas, ter a capacidade de sonhar e reinventar nossos caminhos.
O sonho e a utopia diante dos absurdos da vida – da violência proveniente do sistema prisional; da insegurança pública instalada; da corrupção governamental e daquela proveniente da iniciativa privada; da ditadura do consumo (des)necessário; do domínio dos automóveis que usurpam o espaço humano; da publicidade criminosa como instrumento de criação de verdades mentirosas; do racismo, da discriminação e do machismo nacionalmente dominantes; da impunidade dos donos das cidades que, a pretexto do progresso, comem a natureza em busca de lucros sempre gananciosos; do cinismo da ideologia fatalista de que tudo é assim mesmo e sempre será; enfim, do egoísmo humano –, não podem jamais recusar a tentativa de interferência e de modificação da realidade.
Como a experiência da vida é uma tentativa constante, torna-se eficiente e produtivo edificar o que ainda irá acontecer. A aceitação ranzinza e passiva da fatalidade do passado sempre presente e imodificável, só reproduz a indesejável continuidade do inevitável.
A realidade – é preciso advertir – tem mais imaginação do que os nossos sonhos e pesadelos. Quem poderia imaginar nos anos 80, por exemplo, que a Guerra Fria entre o EUA e a antiga União Soviética, da noite para o dia, simplesmente terminaria? Aliás, por interesses inconfessáveis, hoje Estados Unidos e Rússia estão juntos. Recusemos, pois, a escravidão de uma história terminada. Vamos conseguir? É incerto. Mas, como sujeitos de nossa própria história, não podemos ignorar a possibilidade. Tentemos!
Idealizador do Projeto “O QUE VOCÊ TEM A VER COM A CORRUPÇÃO?”
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